sexta-feira, 5 de abril de 2013

AQUECIMENTO JÁ ALTERA A CHUVAS NO MUNDO



Um novo estudo mostra pela primeira vez que o aquecimento global já está afetando os padrões de chuva no mundo, trazendo mais precipitação para o norte da Europa, para o Canadá e para o norte da Rússia e menos para regiões da África ao sul do Saara, da Índia e do Sudeste Asiático. 
As mudanças "já podem ter afetado de forma significativa os ecossistemas, a agricultura e a vida humana em regiões que são sensíveis a mudanças na precipitação, como o Sahel [na fronteira sul do Saara]", alerta o artigo científico na edição desta semana da revista britânica "Nature". 
Há tempos os cientistas dizem que o aquecimento global deve interferir com os padrões de chuva e neve, porque as temperaturas do ar e do mar, bem como a pressão atmosférica no nível do mar - forças que estão por trás dos padrões de precipitação - já estão mudando. 
Contudo, até agora, a evidência de que as mudanças de precipitação já estavam ocorrendo existia apenas de forma anedótica ou em modelos de computador. Um dos obstáculos para os cientistas era a falta de dados precisos e de longo prazo sobre a chuva ao redor do mundo, de forma a permitir que eles eliminassem a chance de mudanças simplesmente regionais ou cíclicas. 
Francis Zwiers, pesquisador do órgão de monitoramento ambiental Environment Canada, conseguiu combinar de forma coerente vários conjuntos de dados de forma a contornar esse problema. Eles foram comparados com simulações do clima global ao longo do século 20, e a conclusão é que há um elo claro entre o aquecimento global e as mudanças nos padrões de chuva, com uma "contribuição significativa" das temperaturas mais elevadas. 
Segundo o estudo, as regiões temperadas do hemisfério Norte passaram por aumentos de precipitação, enquanto as áreas tropicais do hemisfério Norte ficaram mais secas. Ao mesmo tempo, os trópicos do hemisfério Sul (área na qual se encaixa a quase totalidade do território brasileiro) ficaram mais chuvosos. 


Aquecimento pode deixar Andes sem água 
O aquecimento global está secando lagos montanhosos e pântanos nos Andes e colocando em risco o fornecimento de água a grandes cidades latino-americanas como La Paz, Bogotá e Quito, mostram pesquisas do Banco Mundial. O risco é especialmente grande no habitat úmido andino conhecido como páramo, responsável por 80% do fornecimento de água aos 7 milhões de habitantes de Bogotá, na Colômbia. 
A elevação das temperaturas está fazendo com que as nuvens que cobrem os Andes condensem-se a altitudes maiores. Segundo Walter Vergara, especialista do Banco Mundial em aquecimento global, o chamado ponto de orvalho vai se dar fora das montanhas, se isso continuar acontecendo. 
"Já estamos observando que os lagos e pântanos estão secando", disse ele sobre a pesquisa do Instituto de Estudos de Hidrologia, Meteorologia e Ambientais da Colômbia, financiada pelo Banco Mundial. As nuvens estão subindo a montanha por causa da mudança no clima, e em determinado momento vão acabar deixando a montanha." O derretimento das geleiras, também provocado pelo aquecimento global, pode prejudicar o fornecimento de água para Quito e a geração de energia hidrelétrica no Peru. 
Vergara foi o principal autor de uma pesquisa do Banco Mundial publicada no mês passado que concluiu que o Equador vai ter de gastar 100 milhões de dólares nas próximas duas décadas para compensar o recuo das geleiras - substituindo a água das geleiras pela da bacia amazônica, por exemplo. As geleiras das montanhas funcionam como um regulador, fornecendo água nos períodos de seca, quando derretem, e absorvendo a água nos períodos de umidade.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

RAÇÃO DA MORINGA OLEÍFERA PARA ANIMAIS E HUMANOS

RAÇÃO DA MORINGA OLEÍFERA PARA ANIMAIS E HUMANOS